Por Gretchen
Reynolds, traduzido por Renata Souza, revisado por Anderson Brandão
Muitos de nós
crescemos ouvindo que devemos nos aquecer com alongamento. Mas, qualquer um que
acompanha a ciência esportiva sabe que recentemente vários estudos estão
contestando essa ideia. Aliás, pesquisadores descobriram que o alongamento
estático pode diminuir a altura dos saltos e velocidades de sprint, sem reduzir
as chances de lesões.
Um, publicado esse
mês no “The Journal of Strenght and Conditioning Research”, concluiu que se
você alongar antes de levantar pesos, você pode se achar mais fraco durante o
treino. Essas descobertas somam-se a outro estudo novo feito na Croácia, uma reanálise
de dados de experimentos anteriores que foram publicados no “The Scandinavian
Journal of Medicine and Science in Sports”. Juntos, esses estudos aumentaram o
consenso científico que o alongamento antes do exercício é geralmente desnecessário e pode ser contraproducente.
Muitas questões
relacionadas a exercício e alongamento permanecem sem respostas. Em especial,
não está claro até que ponto, exatamente, exercícios subsequentes são
‘prejudicados’ quando se alonga antes, bem como se todos os tipos de atividades
físicas são igualmente afetados.
Para preencher
parcialmente essa lacuna, pesquisadores da Universidade de Zagreb começaram a
pesquisar experimentos anteriores em que os voluntários alongaram e depois
pularam, correram, levantaram pesos ou tiveram suas forças musculares testadas.
Os pesquisadores Croatas queriam estudos que tivessem sido usados somente o
alongamento estático como método exclusivo de aquecimento.
Os cientistas
selecionaram 104 estudos. Eles condensaram os resultados dos estudos, usando
cálculos estatísticos sofisticados, determinando quanto o alongamento atrapalha
o desempenho subsequente.
Os números,
especialmente para atletas de competição, são preocupantes. De acordo com seus
cálculos, alongamento estático reduz a força dos músculos alongados em quase
5,5%, esse impacto aumenta em pessoas que alongam por 90 segundos ou mais em
cada posição. Enquanto o efeito reduz naqueles que alongam menos de 45
segundos, músculos alongados, são geralmente menos fortes.
Eles também são
menos potentes, sendo potência a capacidade do músculo de produzir força
durante contrações. Nessa reanálise eles determinaram que a potência muscular
diminui quase 2% após o alongamento.
E como resultado,
eles descobriram, que o desempenho muscular explosivo também diminui em quase
2,8%. Isso significa que se alguém for largar de um bloco de partida, executar
um primeiro serviço no tênis, tentar bloquear um arremesso no basquete ou até
mesmo abrir uma distância na maratona, terá um desempenho ruim se alongar
primeiro. O desempenho deles após aquecer
com alongamento é provavelmente tão ruim do que não aquecer.
Uma conclusão
parecida foi alcançada pelos autores do outro estudo, quando homens jovens e em
forma, realizaram agachamento com peso com ou sem o alongamento antes. Os
voluntários sustentaram 8,3% menos peso após o alongamento estático. Mas ainda
mais interessante, eles também relataram que se sentiram menos estáveis após o
alongamento do que quando não alongavam.
Só porque o fato de
alongar prejudicar o desempenho não ser
totalmente entendido, embora os autores dos dois novos estudos terem escrito
que suspeitam que o problema é que o alongamento faz exatamente o que ele faça.
Ele relaxa os músculos e seus tendões. Mas no processo, os tornam menos capazes
de armazenar energia e se preparar para ação, como elásticos e shorts velhos.
É claro, que as
novas descobertas se aplicam a pessoas que participam de eventos que necessitam
de força e potência, mais do que a resistência. Mas “alguns pesquisadores falam
a favor” do alongamento estático prejudicam o desempenho de corrida e ciclismo
de longa duração, diz o Dr. Markovic.
Mais
fundamentalmente, os resultados ressaltam a importância de não se preparar para
o exercício se alongando, ele disse. “Nós podemos afirmar que o alongamento
estático sozinho não é recomendado como uma forma apropriada de aquecimento”,
ele disse. “O aquecimento deve melhorar o desempenho e não piorá-lo”.
A melhor escolha,
ele continua, é se aquecer de forma dinâmica, movendo os músculos que serão
usados em seu exercício. Isso preparar os músculos de uma forma melhor do que
alongando.
Fonte: New
York Times
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