Por Gretchen Reynolds (tradução Renata
Souza, revisão Anderson Brandão)
É de conhecimento geral que pessoas ativas vivem
mais do que pessoas sedentárias. Mas, não estão totalmente claros quais são os
exercícios afetam a qualidade de vida e em quais quantidades. Muitos estudos
estão começando a fornecer alguma explicação, sugerindo que certas atividades
podem ser melhores do que outras no que diz respeito a risco de mortalidade.
O estudo
recente mais marcante atualmente foi conduzido na Europa e esta fornecendo
grandes informações sobre a saúde dos britânicos de meia-idade. Esses
trabalhadores, com idade entre 35 a 55 anos, foram monitorados por uma década e
nesse tempo eles preencheram vários questionários sobre saúde.
Nesses
questionários estavam incluídas as atividades realizadas pelos participantes ao
longo do mês. Especificamente, havia perguntas sobre o número de horas que os
voluntários gastavam andando, cuidando do jardim, executando outras atividades
domésticas e praticando esportes.
Cada
atividade foi classificada como ‘leve’, por exemplo, lavar pratos e cozinhas;
‘moderada’, caminhada rápida; ou ‘vigorosa’, por exemplo, a natação.
Os pesquisadores também checaram os registros de
morte dos participantes
Eles descobriram que no geral, a atividade
física de qualquer tipo foi associada à vida longa. Mas, a associação foi mais
forte entre as pessoas que praticavam atividades intensas. Aqueles que
regularmente pintavam e consertavam suas causas ou caminhavam rapidamente
tinham uma proteção maior contra morte prematura do que aqueles que lavavam
pratos, mesmo se mais tempo fosse gasto nessas atividades.
“Essas descobertas estavam de acordo com um estudo
publicado esse ano no ‘‘The European Journal of Preventive Cardiology”, em que
os cientistas de Copenhagem monitoraram 5,106 adultos ciclistas por 18 meses e
estes voluntários tinham que reportar quantas horas e a qual intensidade estava
pedalando.
Os pesquisadores também monitoraram o número de
mortes no grupo
Foi descoberto que os homens e mulheres que
reportaram que pedalavam em alta intensidade viviam mais do que aqueles que
pedalavam de maneira ‘fácil’, mesmo se eles pedalassem por mais horas. Na
média, os ciclistas que pedalavam intensamente viviam de 4 a 5 anos mais do que
aqueles que mantinham um ritmo leve.
“Nossas recomendações gerais para todos os
adultos é que pedalar em alta intensidade é melhor do que de maneira leve,”
concluíram os autores.
Mas nem todos os pesquisadores estavam convencidos
de que exercícios intensos são essenciais, se o objetivo é prolongar a vida. O
consenso geral entre a maioria dos pesquisadores que estudam exercícios e
longevidade é “o importante é quantidade total de caloria consumida”, e não a
quantidade de força realizada, diz o Dr I-Min Lee.
Em outro estudo publicado no PLoS, Dr. Lee e seus colegas do National Cancer Institute e
outras instituições reuniram informações sobre atividades físicas, massa
corporal e mortalidade de mais de 650.000 americanos adultos que participaram
dos estudos do Instituto ao longo dos anos.
Os pesquisadores compararam os níveis de atividade
dos voluntários com as recomendações do governo de 150 minutos de atividade
moderada por semana. Eles descobriram que aqueles que seguiam as recomendações
viviam de 3 a 4 anos a mais do que aqueles que não praticavam atividade física.
Aqueles que dobravam a quantidade de atividade física aumentaram a expectativa
de vida, mas numa taxa pequena, uma média de 10 meses a mais do que aqueles que
faziam apenas o recomendado.
Mesmo as pessoas acima do peso viveriam mais se
eles se exercitassem moderadamente, dependente se emagrecessem ou não durante o
período de estudo.
A associação entre atividade física e longevidade ainda
acontece mesmo para os voluntários que se exercitaram ocasionalmente. “Um baixo
nível de atividade física, equivalente a 10 minutos por dia de caminhada foi
associado com o ganho de quase dois anos a mais de vida”, diz Steven Moore,
pesquisador do National Cancer Institute.
Na verdade, ele diz, “a máxima longevidade foi
alcançada com um nível de atividade física de 65 minutos por dia de caminhada,
com nenhuma evidência de aumento se a quantidade fosse maior”.
Porém quando você aumenta a intensidade, por
exemplo, da caminhada, isso pode aumentar os benefícios da relação da atividade
física com a longevidade.
Até uma atividade simples como lavar pratos pode se
tornar satisfatória, tendo em vista que pode adicionar
anos a vida de alguém.
Fonte: New
York Times
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